quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ecstasy é 100 vezes mais potente que outros medicamentos para combater câncer

Pesquisadores tentam isolar as propriedades anticâncer porque a dose necessária para eliminar tumores seria fatal para o organismo

Cientistas da University of Birmingham descobriram uma forma modificada da droga MDMA - comumente conhecida como Ecstasy - que tem 100 vezes mais propriedades anticâncer do que a droga popular. Eles esperam produzir um medicamento seguro para tratar os pacientes. Os resultados da pesquisa demonstraram sucesso no desenvolvimento da droga como um agente para combater linfoma, leucemia e mieloma.
O novo trabalho se baseia na descoberta feita pelos cientistas de Birmingham há seis anos, quando eles verificaram que mais da metade dos cânceres de células brancas do sangue responderam no tubo de ensaio às propriedades de supressão de crescimento das drogas psicotrópicas, o que inclui derivados da anfetamina, como o Ecstasy, as pílulas para a perda de peso e antidepressivos como a fluoxetina (Prozac).
Na época, a equipe destacou que traduzir os resultados laboratoriais em um composto clínico utilizável apresentaria problemas, até porque a dose de MDMA necessária para tratar um tumor canceroso seria fatal para os pacientes. Eles pretendiam derrubar as ações da droga para isolar apenas as propriedades anticâncer.
Trabalhando com pesquisadores da University of Western Austrália, que produziu os novos compostos, os cientistas de Birmingham descobriram que formas especialmente modificadas de Ecstasy melhoraram em 100 vezes a capacidade de atacar e destruir as células cancerosas.
O autor, professor John Gordon, explica que a equipe estava observando estruturas de compostos que eram mais eficazes. Elas começaram a parecer mais lipofílicas, ou seja, eram atraídas para os lipídios que constituem as paredes celulares. Isso as tornaria mais escorregadias para que entrassem nas células de câncer com mais facilidade e, possivelmente, até começariam a dissolvê-las.
" Ao saber disso, podemos, teoricamente, fazer análogos ainda mais potentes da MDMA e, finalmente, chegar a um ponto em que teremos em nosso armário de remédios a forma mais potente possível. Este é um próximo passo interessante para se utilizar uma forma modificada de MDMA para ajudar as pessoas que sofrem de câncer de sangue. Apesar de que não gostaríamos de dar às pessoas uma falsa esperança, os resultados desta pesquisa têm o potencial para a melhoria nos tratamentos nos próximos anos" afirma Gordon, que já pensa nos preparativos para iniciar os estudos pré-clínicos.
 
 

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