terça-feira, 23 de agosto de 2011

DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Apesar de pouco conhecida, a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) é a quinta causa de mortes entre as doenças no Brasil. Sete milhões de pessoas sofrem desse mal - e a maioria nem sabe. Por causa disso, hoje apenas 350 mil pessoas estão diagnosticadas e fazem o tratamento da doença.

A cada 14 minutos morre uma pessoa de DPOC.


A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPPOC) é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A obstruçãodo fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. Embora a DPOC comprometa os pulmões, ela também produz consequências sistêmicas significativas. O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). A predominância dessas alterações é variável em cada indivíduo, tendo relação com os sintomas apresentados.
O cigarro é responsável pela imensa maioria dos casos.
A DPOC é uma doença insidiosa que se instala no decorrer de anos. Geralmente, começa com discreta falta de ar associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas. Como os sintomas são discretos, costumam ser atribuídos ao cansaço ou à falta de preparo físico. Com o passar do tempo, porém, a dispneia se torna mais intensa e surge depois de esforços cada vez menores. Nas fases mais avançadas, a falta de ar está presente mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades mais corriqueiras. Tomar banho em pé, por exemplo, fica impossível; andar até a sala, um esforço insuportável.
Diversos estudos demonstraram que o único tratamento médico capaz de aumentar a sobrevida dos portadores da doença é a oxigenioterapia. O doente respirando com dificuldade com um cateter nas narinas ligado ao tubo de oxigênio é a imagem clássica da doença.
Nas fases iniciais, para fazer o diagnóstico é fundamental avaliar a função ventilatória pela espirometria, um exame não-invasivo. Para realizá-lo, o paciente sopra o ar dos pulmões num aparelho que mede os parâmetros associados à capacidade pulmonar. A maioria dos pneumologistas recomenda que todos os fumantes sejam submetidos anualmente a esse teste a partir dos 45 anos de idade. Aqueles que apresentarem declínio da função pulmonar estão em rota de colisão com o aparecimento da dispnéia aos mínimos esforços e da dependência de oxigênio. Muitos especialistas, no entanto, recomendam que toda pessoa que fuma há mais de dez anos seja submetida ao exame, para que o diagnóstico seja feito nas fases iniciais, quando o dano aos tecidos ainda não se tornou irreversível.
Parar de fumar é decisivo para o futuro dos que apresentam declínio progressivo das provas de função respiratória. Quando isso acontece em pacientes com pequeno grau de obstrução das vias aéreas causada pela fumaça do cigarro, a interrupção é associada à melhora imediata da função pulmonar. Ao contrário, nos que continuam a fumar, uma vez alteradas, as provas funcionais sofrem declínio rápido e progressivo.
Chicletes, adesivos de nicotina e drogas antidepressivas como a bupropiona, associados a terapêuticas comportamentais, são de grande utilidade para tratamento da dependência de nicotina nos portadores de DPOC. Pelo fato de não serem inalados, chicletes e adesivos de nicotina colaboram para diminuir o grau de obstrução das vias aéreas, mesmo naqueles que não conseguem parar de fumar, mas que reduzem substancialmente o número de cigarros por dia.
Todos os portadores de DPOC devem receber anualmente uma dose de vacina contra a gripe e outra contra o pneumococo, para evitar que a concomitância de processos infecciosos agrave o quadro respiratório.
Drogas broncodilatadoras e os anticolinérgicos estão indicados para aliviar os sintomas associados à produção e eliminação das secreções. O uso de derivados da cortisona por via inalatória pode reduzir a freqüência de exacerbações dos sintomas respiratórios, mas seu uso prolongado está associado a efeitos indesejáveis.
Técnicas fisioterápicas de reabilitação respiratória, incluindo exercícios e uso de oxigenioterapia, aumentam a resistência aos esforços e melhoram a qualidade de vida.

Fontes:
Jornal Brasileiro de Pneumologia
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
Pneumoatual Educação Médica
American Thoracic Society
Educational Research Service



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