A fibromialgia é uma síndrome de causa desconhecida que tem como sintomas predominantes as dores músculo-esqueléticas difusas, fadiga, depressão e distúrbios do sono. Os tratamentos disponíveis são limitados e a medicação, baseada nos antidepressivos, é complementada com reguladores do sono, moderadamente eficaz no alívio das dores e dos sintomas de uma minoria de pacientes e, frequentemente, os sintomas voltam quando se pára a medicação. Por isso outros tratamentos, complementares são necessários, tais como, exercícios físicos, a educação (ou melhor, o auto-conhecimento dessa síndrome)e a psicoterapia, em particular a terapia cognitiva-comportamental.
No início, os exercícios físicos para esses pacientes aumentam as dores , e fazem com que desistam facilmente, porque também aumentam o cansaço físico Antes dos exercícios deve-se aplicar calor local, fazer massagens e evitar academias ou tratamentos impessoais, fazendo esse inicio de atividades físicas, como um preparo para uma melhor qualidade de vida. Os exercícios devem aumentar gradualmente de intensidade e consistir de atividades de baixo impacto.
V.Valim e colaboradores, reumatologistas,da Universidade Federal de São Paulo, fizeram um estudo com 72 mulheres com fibromialgia,com idades variando de 18 a 60 anos. Dividiram-nas, de forma aleatória, ou seja, foram colocadas sem nenhum critério: 36 mulheres no grupo A, que fizeram exercícios aeróbicos e 36 mulheres no grupo B que fizeram exercícios de alongamento, durante 20 semanas. Essas pacientes foram avaliadas antes de começar os exercícios, depois de 10 e 20 semanas.
A avaliação foi feita sob o ponto de vista físico, flexibilidade, ventilação pulmonar, níveis de depressão, ansiedade, dor e dois testes psicológicos e mentais, tais como Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ), Short-form Health Survey (SF-36). Pacientes do grupo B , com alongamento, tiveram resultados piores nos testes de melhoria de depressão, mentais e emocionais do que os do grupo A. Mas, nos pacientes do grupo A, que tiveram um desempenho melhor nesses testes, os ganhos em relação aos níveis cardiorespiratórios não tiveram relação com a melhoria dos sintomas da fibromialgia.
Fonte :: J Rheumatol. 2003 May;30(5):1060-9.
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