Lesões nessa região são comumente encontradas por ortopedistas em prontos-socorros, associadas a quedas sobre a mão, na tentativa de diminuir o impacto.
Enquanto o paciente joga videogame com um joystick (e, assim, faz exercícios de forma lúdica), sensores do dispositivo monitoram a execução dos movimentos.
Dados sobre os exercícios são então enviados para um computador, para que o fisioterapeuta avalie a amplitude do movimento, a velocidade e a aceleração. Esses dados mostram ao profissional a evolução do tratamento.
"O robô pode comprovar os ganhos da fisioterapia e se houve melhora ao longo do tempo. A avaliação qualitativa é substituída por dados, não fica no achismo", diz Glauco Caurin, coordenador da pesquisa e professor da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, onde foi criado o dispositivo.
FUTURO
Segundo Caurin, ainda não dá para saber quando esse sistema vai estar disponível na prática clínica.
Mais estudos precisam ser feitos para adequar o produto às normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e de órgãos análogos nos EUA e na Europa.
O dispositivo foi testado por 15 pessoas da própria universidade, para avaliar seu funcionamento e itens como conforto e segurança.
"Quando os trabalhos científicos alcançarem uma maturidade maior e os testes clínicos comprovarem a sua eficácia, poderemos transferir o robô para uma empresa", diz.
O pesquisador esteve no Laboratório Newman de Reabilitação Biomecânica, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), para aprender sobre a aplicação do sistema em hospitais.
Caurin afirma que o grupo de pesquisa está estudando usar o robô na reabilitação de outras articulações do braço, da mão, da perna e do pé, para diferentes tipos de lesão.
"O equipamento pode ser programado para atender outras necessidades. É possível imaginar no futuro uma 'academia de robôs', para diversos tipos de problema."
Gil Lúcio Almeida, presidente do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo, elogia a busca de novas tecnologias para a reabilitação e diz que outros tipos de robôs são usados por pessoas com mobilidade reduzida na AACD, por exemplo.
No entanto, ele acredita que o custo de um dispositivo como o que foi criado pela USP não compensaria seus potenciais benefícios. Equipamentos semelhantes no exterior custam cerca de US$ 90 mil.
"Um bom clínico consegue avaliar a evolução do paciente, o ganho da força e a volta do controle dos movimentos. Os mesmos objetivos podem ser alcançados com a prescrição correta de exercícios simples", afirma ele.
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