sábado, 20 de junho de 2009
Como reduzir o lixo
O Brasil perde cerca de US$ 10 bilhões por deixar de reaproveitar os resíduos que produz.
Em média, o brasileiro que vive nas grandes cidades produz um quilo de lixo diariamente. Em alguns períodos do ano, o descarte é ainda maior. "No Natal, a produção de resíduos de uma pessoa aumenta de um para até quatro quilos por dia", afirma Ivone Silva, professora do Departamento de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ivone coordenou recentemente um mapeamento dos resíduos domésticos de Diadema, na Grande São Paulo, para mostrar a importância de aumentar o programa de reciclagem da cidade onde mora. Junto com duas alunas de Ciências Biológicas, coletou 200 quilos de lixo domiciliar de uma área de transbordo e analisou sua composição. "O trabalho vai auxiliar na gestão desses resíduos em Diadema e mostrar a necessidade de ampliar o programa de reciclagem no município", diz Ivone. "Devemos começar a combater o lixo pensando: ‘Pra que eu quero isso?’", afirma.
Segundo a pesquisa em Diadema, metade do que as pessoas jogam fora é composta de material reciclável, e 30% do lixo poderia não estar lá se os programas de reciclagem fossem mais efetivos. Das 400 toneladas diárias de lixo coletadas em Diadema, pouco menos da metade é composta de material orgânico. O restante são papéis e papelões (15,4%), plásticos moles (10,6%), trapos (7,4%), fraldas (6,2%), plásticos duros (4,8%) e vidro e alumínio, que não chegam a 2%.
Muito do que vai para os aterros sanitários poderia ser reaproveitado. O índice de reciclagem no país, em torno de 20%, é baixo se comparado com países desenvolvidos. Na Alemanha, por exemplo, 46% dos resíduos são reciclados. Ivone critica a falta de consciência das pessoas na escolha de produtos com embalagens mais práticas em detrimento daqueles que produzem menos lixo. Um argumento para estimular a reciclagem é econômico. De acordo com o Instituto Brasil Ambiente, com o atual índice de material reciclado, o país perde US$ 10 bilhões anualmente por não reaproveitar os resíduos. Sem contar as despesas de transportes para aterros, que estão cada vez mais distantes dos centros urbanos.
Fonte: REVISTA ÉPOCA
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