Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles descobriram que uma combinação de drogas, estímulos elétricos e exercícios regulares podem capacitar ratos paralisados a andar e até mesmo a correr, suportando todo o seu peso em uma esteira rolante. O estudo foi publicado neste domingo (20) na edição on-line da revista “Nature Neuroscience”.
Entre as conclusões dos cientistas está a de que a regeneração de fibras nervosas rompidas não é pré-requisito para que ratos paraplégicos voltem a andar. “A medula espinhal contém circuitos nervosos que podem gerar atividade rítmica sem input do cérebro para direcionar os músculos das patas traseiras”, explicou o principal pesquisador, Reggie Edgerton, professor de neurobiologia na Faculdade de Medicina David Geffen, da UCLA.
A equipe administrou drogas que atuam no neurotransmissor serotonina e aplicaram correntes elétricas em baixos níveis abaixo do ponto de dano da medula espinhal. Os ratos não puderam, porém, caminhar por conta própria, sem essa série de estímulos.
Para Grigoire Courtine, da Universidade de Zurique (Suíça) e coautor do artigo, o experimento demonstra que a medula espinhal é “quase capaz de (processar) processos cognitivos”. “Ela pode compreender que o ambiente exterior muda e interpretar essa informação para modificar a maneira de ativar os músculos.”
Os pesquisadores trabalham agora em um dispositivo que seja funcional em seres humanos. Segundo Courtine, ele pode estar disponível em um prazo de quatro anos.
Fonte: G1/France Presse
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