terça-feira, 2 de junho de 2015
Idoso 'dribla' o mal de Parkinson e retarda a doença pintando quadros
Um idoso com Mal de Parkinson encontrou na pintura uma forma de reduzir os tremores provenientes da doença. Morador de Itanhaém, no litoral de São Paulo, ele descobriu uma habilidade e conheceu o prazer de pintar quadros, o que retomou sua autoestima, que tinha sido perdida com a doença. Os quadros do novo artista estão expostos no Centro de Itanhaém e se tornaram um exemplo de que é sempre possível viver melhor.
O aposentado Luiz Carlos Azevedo, de 77 anos, descobriu que tinha Mal de Parkinson há seis anos. “Eu descobri porque estava em uma festa e percebi que tremia. Um amigo falou que eu tinha que ir ao médico”, conta. O aposentado seguiu o conselho e confirmou que tinha o Mal de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta o sistema neurológico, a coordenação motora e provoca tremores.
Luiz começou a fazer terapia no Centro Municipal de Reabilitação (CMR) há um ano. O aposentado tinha dificuldades para escrever e não conseguia assinar o próprio nome. A terapeuta ocupacional Fernanda Luppino iniciou atividades de escrita e logo descobriu que o idoso tinha aptidão para a pintura de quadros.
Fernanda começou ensinando movimentos amplos e com pincéis mais grossos e, depois, passou para os traços mais finos e detalhados, até finalizar com a assinatura de Luiz. “Eu aprendi com a Fernanda me ensinando. Já fiz sete quadros”, afirma ele. As pinturas do idoso são sempre ligadas à natureza, flores e barcos na praia e o mar.
A pintura auxiliou Luiz no tratamento de Mal de Parkinson e os resultados começaram a aparecer aos poucos. Após mais de um ano de acompanhamento e pintura, ele nota as melhoras. “O tremor diminuiu bastante. Peguei gosto pela pintura. Eu acho que agora estou pintando bem, estou pintando melhor. Me agrada muito fazer isso“, diz ele.
Já a terapeuta explica que o Mal de Parkinson é uma doença progressiva e, por isso, o tratamento consegue retardar cada vez mais os sintomas e a piora do paciente. “Com as atividades, a doença progride mais devagar. Algumas habilidades motoras melhoraram”, afirma.
A questão emocional foi desenvolvida nas aulas de pintura. “É um processo difícil ver a perda de habilidades e da autonomia. Foi um processo importante expor o trabalho dele. Trouxe de volta uma autoestima, um processo de autonomia que vinha se perdendo com o curso da doença. Foi uma superação ele aprender a atividade com idade avançada e a doença", diz.
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