O pé torto congênito é o defeito congênito mais comum, ocorrendo em aproximadamente 1 em cada 1000 crianças nascidas vivas. Existe transmissão genética, ou seja, existe um risco maior de ocorrer em famílias que já tem alguém com a deformidade.
O termo pé torto congênito é usado quando uma criança nasce com um ou os dois pé virados para dentro por encurtamento dos tendões da parte de dentro e de trás do pé. O pé torto se caracteriza por uma deformidade em cavo, aduto, varo e equino.
Felizmente o pé torto tem tratamento! E na maioria das vezes sem uma grande cirurgia. Atualmente, o padrão-ouro de tratamento do
pé torto congênito é através do método de Ponseti. Esse método foi desenvolvido pelo Prof. Inácio Ponseti na Universidade de Iowa e consiste em manipulações gentis do pé e colocação de gesso.
Os gessos são trocados toda semana e a correção é obtida gradualmente. Em geral, com 5 a 8 gessos colocados de maneira apropriada pode-se obter um pé plantígrado, flexível e funcional.
Após a obtenção da correção das deformidades do varo e aduto, se o eqüino (pé para baixo) for ainda presente, prossegue-se com a tenotomia percutânea do tendão de Aquiles, com anestesia, e usa-se outro gesso por mais 3 semanas sem troca para a cicatrização do tendão.
Após a retirada deste último gesso, inicia-se o uso de uma órtese que mantém os pés para fora. A partir de então até os 4 anos de idade a manutenção da correção depende do uso desta órtese. Nos primeiros três meses, a órtese deverá ser usada durante 23h/dia ( só tirar para dar banho e movimentar os pés). Após esse período, a órtese deverá ser usada por 16h/dia (nas sonecas da tarde e para dormir).
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