Pela primeira vez, desde 2001, as Sociedades Americana e Inglesa de Geriatria atualizaram suas diretrizes para prevenção de quedas de idosos. A recomendação inclui a prática do tai chi chuan (arte marcial chinesa, que também é reconhecida como uma forma de meditação em movimento) e também mais atenção, por parte dos médicos, na hora de listar os medicamentos utilizados por pacientes dessa faixa etária. Afinal, há remédios cuja administração regular favorece o risco de os idosos caírem.
As diretrizes anteriores dessas entidades não citavam nenhum tipo de exercício específico e recomendavam a revisão da prescrição de remédios somente para pacientes que tomavam mais de quatro medicamentos. “Devido ao aumento crescente da população idosa, no entanto, é preciso que as sociedades médicas sejam muito mais claras em relação às suas recomendações para prevenção de quedas em idosos, pois as fraturas decorrentes da osteoporose oneram os sistemas de saúde em todo o mundo”, destaca o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).
Uma pesquisa apresentada durante o Congresso Europeu de Osteoporose e Osteoartrose (ECCEO 2011), por estudiosos do Reino Unido e da Suécia, estima que o peso econômico das fraturas (em cinco grandes países europeus: França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido) totalize 31 mil bilhões de euros.
A maior parte desse ônus relaciona-se com os custos durante o primeiro ano de tratamento após a fratura, enquanto prevenção e gestão do tratamento farmacológico constituem apenas uma parte marginal do custo econômico total.
“Como as fraturas implicam em dor e incapacidade, é comum representarem um grave impacto sobre a qualidade de vida dos idosos”, explica o reumatologista. Ele acrescenta que a prevenção da ruptura do osso, através da avaliação de risco e da identificação precoce de pessoas que necessitam de tratamento para osteopenia e osteoporose, é fundamental para reduzir os custos dos sistemas de saúde.
Tai chi chuan
O exercício físico é essencial em qualquer faixa etária. Não seria diferente na velhice. É por isso que o tai chi chuan passa a ser recomendado. Além do mais, estudos têm sugerido que a prática dessa modalidade – que envolve pequenos movimentos lentos e controlados – parece reduzir o risco de queda por melhorar o equilíbrio corporal.
A prática do tai chi chuan reforça também a confiança dos idosos, pré-requisito importante para prevenção de quedas. “O medo de cair pode levar as pessoas idosas a reduzirem a prática das atividades de que gostavam. E quanto menos exercícios, menor a capacidade real de executá-los”, reforça Sérgio Bontempi Lanzotti.
Especialistas também ressaltam que exercícios regulares aumentam a massa e a força musculares, melhoram a coordenação e o equilíbro, como também são responsáveis pela redução em 25% do risco de quedas em idosos. De qualquer maneira, nunca é demais dizer que qualquer atividade física, por mais leve que pareça ser, só deve ser executada após uma avaliação física criteriosa e um exame médico.
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