Responsável por péssimas noites de sono e até pelo fim de alguns casamentos, o ronco afeta aproximadamente 24% dos homens e 18% das mulheres de meia-idade, segundo a Associação Brasileira do Sono.
Acima dos 60 anos, a proporção passa para 60% para os homens e 40% para as mulheres. Ainda que o barulho, produzido pelo movimento do palato, cause incômodos e transtornos, não é sempre que ele atrapalha de fato a respiração e, portanto, seu tratamento precisa ser diferenciado.
De acordo com o neurologista e especialista em Medicina do Sono, Marcel Simis, muitas pessoas tendem a confundir ronco com apneia. "Quando há alguma obstrução nas vias respiratórias é porque o paciente tem apneia, que consiste em pausas respiratórias durante a noite. Já o ronco é apenas o ruído causado pela dificuldade que o ar tem de passar", explica ele.
Para poder optar pelo tratamento adequado, o médico precisa avaliar o tipo de ronco que o paciente apresenta. Os que têm ronco primário não têm a apneia associada. Já os outros são avaliados com base no número de apneias por hora que o paciente tem durante a noite. "Os que têm ronco leve apresentam de 5 a 15 apneias por hora, o moderado, de 15 a 30, e o avançado, de 30 para cima", exemplifica Simis.
Um dos mais perigosos para a saúde é o chamado ronco ressuscitativo, que é mais forte e marcado por uma pausa de respiração. "Quando a pessoa tem esse ronco ela tem um microdespertar para que o corpo possa sair da apneia", alerta Maurício Bagnato, médico pneumologista no Laboratório do Sono do Hospital Sírio-Libanês. Segundo Bagnato, esse tipo de ronco afeta diretamente o sono do paciente. "Ele fica com sonolência diurna, tem rendimento menor e problemas de concentração e na memória", aponta ele.
Os riscos da falta de oxigenação no cérebro, oriundos de pausas respiratórias muito longas, também é grande e, segundo o pneumologista, pode resultar em derrame, infarto e hipertensão.
Portanto, para que um ronco circunstancial (que ocorre devido a algum mau hábito como consumo de bebidas alcoólicas ou ganho de peso) não evolua para algo mais sério, vale a pena procurar um médico e buscar o tratamento adequado.
Fonte: Uol Ciência e Saúde
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