Dia 16 de novembro é comemorado o “Dia contra o tabaco”.
Cientistas do departamento de Fisiologia da Reprodução Humana do Hospital Universitário de Copenhague, Dinamarca, divulgaram um estudo revelador: o fumo durante a gravidez reduz drasticamente o número de células germinativas e somáticas, responsáveis pela formação dos óvulos, espermatozóides e todas as outras partes do corpo do feto em desenvolvimento. Os especialistas acreditam que estas interferências na formação celular podem ter um efeito adverso sobre a fertilidade do bebê na vida adulta.
A equipe dinamarquesa descobriu que o número de células germinativas teve uma redução de 55% nos embriões de mães que fumaram, em comparação com os de mães não-fumantes. O número de células somáticas encontrado também foi bem menor nas mães fumantes, cerca de 37% a menos. Os pesquisadores constataram que as células germinais são mais suscetíveis aos danos causados pelo tabagismo do que as células somáticas. O primeiro trimestre é o momento crucial da gestação, quando os órgãos genitais do embrião em desenvolvimento estão se diferenciando para formar testículos ou ovários.
Outra pesquisa, desta vez sob o comando do Laboratório de Reprodução Assistida no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade do Saarland, na Alemanha, analisou proteínas encontradas no esperma de homens que fumam e compararam as amostras com a de homens não fumantes. As protaminas, como também são conhecidas estes tipos de proteínas, desempenham um importante papel no desenvolvimento do esperma. Elas são necessárias para o processo que resulta na formação dos cromossomos durante a divisão celular e, portanto, têm um efeito direto na fertilidade masculina, no futuro.
Segundo os especialistas, o esperma de fumantes sofre de uma deficiência de protamina provocada pela fumaça do cigarro. Esta deficiência pode ser a razão para a infertilidade, no futuro. O estudo alemão também revelou que os níveis de estresse oxidativo - conhecido por causar danos ao DNA do esperma de diversas maneiras - são maiores nos fumantes, do que em não-fumantes.
“Até algumas décadas atrás, acreditava-se que os efeitos da dependência do tabaco era mais forte nos homens, mas à medida em que novas gerações de fumantes foram chegando verificamos que as mulheres são igualmente ou mais suscetíveis aos malefícios do fumo, devido às peculiaridades próprias do sexo, como a gestação e o uso da pílula anticoncepcional”, afirma o ginecologista Joji Ueno.
Segundo ele, há um risco e frequência muito maiores de câncer de colo de útero, menopausa precoce, sangramento irregular, abortos espontâneos, complicações durante o parto, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia quando a mulher grávida fuma.
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