sábado, 20 de junho de 2009

GLAUCOMA



Condição em que a pressão do líquido no interior do olho está aumentada (pressão intra-ocular), produzindo uma lesão do nervo óptico com diminuição da acuidade visual e cegueira.

O Glaucoma atinge cerca de 65 milhões de pessoas no planeta e é o motivo de 4,5 milhões de casos de perda total de visão, segundo a Associação Mundial do Glaucoma. No Brasil, existe aproximadamente um milhão de portadores da doença e estima-se que outras 900 mil pessoas possuam o problema, porém sem saber.

Causas, incidência e fatores de risco:
O glaucoma é uma das causas mais importantes de cegueira e existem quatro variedades principais:
• glaucoma de ângulo aberto ou crônico;
• glaucoma de ângulo fechado ou agudo;
• glaucoma congênito;
• glaucoma secundário.
O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto ou crônico.
Todos os quatro tipos se caracterizam por pressão aumentada dentro do globo ocular e, por essa razão, todos eles podem causar uma lesão progressiva do nervo óptico. A pressão aumenta, quando o líquido no interior do olho (humor aquoso), que é produzido continuamente, não é drenado adequadamente. A pressão comprime a retina na parte posterior do olho. Isso reduz o suprimento sangüíneo para os nervos da retina, produzindo sua morte. À medida que o nervo óptico se deteriora, desenvolvem-se manchas cegas e alterações visuais. A visão periférica (visão lateral) é afetada inicialmente e, em seguida, a doença afeta a visão central ou frontal. Sem tratamento, o glaucoma causará cegueira com o tempo.
O glaucoma agudo pode desenvolver-se com o envelhecimento, à medida que o cristalino aumenta de tamanho gradualmente; isso resulta no estreitamento do ângulo entre a íris e a córnea (ângulo da câmara anterior). Com o tempo, ocorre um bloqueio que fecha a via de saída do humor aquoso e existe um aumento súbito na pressão no interior do olho. Os sintomas apresentam um início rápido em idosos, especialmente em pessoas que apresentam hipermetropia. O fechamento do ângulo está associado com a dilatação pupilar e pode ser provocado pelo uso de colírios que dilatam as pupilas. Os ataques podem desenvolver-se sem sintomas de alerta e freqüentemente ocorrem à noite, quando a intensidade da luz é baixa e as pupilas estão dilatadas.
No glaucoma crônico, o ângulo de drenagem não está bloqueado pela íris, como no glaucoma agudo. A causa do bloqueio do fluxo de humor aquoso não foi elucidada. A doença afeta habitualmente ambos os olhos e, durante um período de meses, a pressão consistentemente elevada lesa lentamente o nervo óptico e a retina. O glaucoma crônico não produz sinais de alerta precoces e a perda associada da visão periférica ocorre tão gradualmente, que ela pode passar despercebida, até que tenha ocorrido uma lesão e perda visual substancial. O único modo de diagnosticar o glaucoma precocemente é pelo exame rotineiro dos olhos.
O glaucoma secundário é causado por outras doenças, como doenças oculares (uveíte), doenças sistêmicas, assim como pelo uso de alguns medicamentos (corticosteróides).
O glaucoma congênito, presente ao nascimento, resulta de um distúrbio do desenvolvimento das estruturas do olho. É necessária a cirurgia para a correção. O glaucoma congênito é hereditário.
Os fatores de risco dependem do tipo específico de glaucoma. Para o glaucoma crônico, os fatores de risco incluem a idade superior a 40 anos, história familiar de glaucoma, diabetes e miopia. A incidência é mais elevada e os sintomas se desenvolvem em pessoas com menos idade na população de ascendência africana. Estima-se que 1% a 2% das pessoas com mais de 40 anos têm glaucoma crônico e que aproximadamente 25% dos casos não são detectados.
Os fatores de risco para o glaucoma agudo são: idade mais avançada, hipermetropia, história familiar de glaucoma, estresse e uso de medicamentos anticolinérgicos sistêmicos, como a atropina ou colírio para dilatação das pupilas em uma pessoa de alto risco. Os glaucomas agudos, congênitos e secundários são muito menos freqüentes que o glaucoma crônico.

Sintomas:
AGUDOS
• dor ocular intensa, dor facial;
• perda da visão;
• visão embaçada, com halos ao redor das luzes;
• olho vermelho;
• pupila dilatada;
• náuseas e vômitos.
CRÔNICOS
• necessidade de mudar freqüentemente os óculos; os óculos não são satisfatórios;
• incapacidade de adaptar os olhos a ambientes escuros, como teatros;
• perda gradual da visão periférica;
• visão embaçada ou turva;
• dores de cabeça crônicas leves;
• percepção de halos ao redor das luzes com as cores do arco-íris.
Obs.: Com freqüência, a pessoa não apresenta sintomas.
CONGÊNITO
• lagrimejamento;
• sensibilidade à luz;
• olho vermelho;
• opacidade da córnea;
• córnea aumentada.

Tratamento:
INFORMAÇÕES GERAIS:
O objetivo do tratamento é reduzir a pressão intra-ocular. Dependendo do tipo de glaucoma, isso é obtido com medicamentos ou cirurgia.
MEDICAMENTOS:
O glaucoma é uma emergência médica que exige um tratamento imediato em um centro de atendimento de emergência ou orientado por um oftalmologista. A pressão intra-ocular habitualmente pode ser reduzida por medicamentos que podem ser administrados por via oral, intravenosa ou tópica (como os colírios).
Os bloqueadores beta-adrenérgicos na forma de colírios são eficazes no tratamento do glaucoma. O timolol e cloridrato de levobunolol são exemplos de colírios disponíveis. Além disso, colírios de epinefrina e pilocarpina são usados freqüentemente em combinação com outros medicamentos.
CIRURGIA:
Pode ser necessária uma cirurgia de emergência, chamada de iridotomia, para o tratamento do glaucoma agudo. Nessa cirurgia, é criado um orifício de drenagem na íris, para diminuir a pressão elevada. Essa técnica também pode ser empregada em uma cirurgia com laser, sem necessidade de fazer uma incisão no olho.
A iridotomia e outros tratamentos com laser podem ser feitos eletivamente após a resolução de um episódio agudo (para prevenir as recorrências) ou em pessoas com glaucoma crônico que não responde ao tratamento clínico.
O glaucoma congênito é tratado cirurgicamente, porque o tratamento clínico habitualmente não é muito eficaz.

Prognóstico:
O glaucoma agudo não-tratado resulta em uma perda de visão grave e permanente após o início dos sintomas. A visão pode ser preservada com o tratamento imediato.
O glaucoma crônico não-tratado pode progredir para a cegueira dentro de 20 a 25 anos. O diagnóstico precoce e o tratamento são muito bem sucedidos, no que se refere a preservar a visão.
O resultado no glaucoma congênito varia, dependendo da idade em que se iniciam os sintomas.
Complicações:
• diminuição da visão;
• cegueira.

Prevenção:
Na maioria dos casos, não existe prevenção para o desenvolvimento do glaucoma. Se detectado precocemente, podem ser evitadas a progressão da perda de visão e a cegueira.
O uso cuidadoso de colírios para dilatação da pupila e medicamentos anticolinérgicos sistêmicos pode impedir os episódios agudos em indivíduos de alto risco.
Todas as pessoas com mais de 35 anos devem ser submetidas a uma tonometria (medida da pressão intra-ocular) e exames oftalmoscópicos a cada dois anos. Está indicado o exame mais freqüente, quando existe uma história familiar de glaucoma.

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