quarta-feira, 11 de abril de 2012

Médicos acreditam que silicone pode atrapalhar desempenho de atletas

http://sportv.globo.com/site/programas/sportv-news/noticia/2012/04/medicos-acreditam-que-silicone-pode-atrapalhar-desempenho-das-atletas.html


A luta é um dos esportes menos recomendados para se praticar com próteses, mas mudança no corpo pode transformar autoestima delas


A vaidade é algo que anda lado a lado com o esporte, principalmente entre as mulheres que são atletas. Unhas pintadas, maquiagem e cabelos bem cuidados são exemplos de como elas se preparam para jogar vôlei, correr e até mesmo lutar. Com a modernidade, intervenções cirúrgicas também passaram a fazer sucesso e, entre elas, os implantes de silicone são os mais procurados. Porém, o fisiologista Paulo Figueiredo, especializado em vôlei de praia, acredita que as próteses podem atrapalhar o desempenho das atletas que praticam esportes que envolvam corridas e saltos (assista ao vídeo).
- A atleta mulher no voleibol vai ter provavelmente mais dificuldade de se sustentar durante um tempo em um salto regular numa determinada altura, transportando 110 ou 800 gramas a mais do implante, do que uma pessoa que não transporta nada. Ou seja, ela tem a adição de peso artificial que não vai beneficiar em nada para o desempenho físico - explicou Paulo ao "SporTV News".
Thaísa Osasco antes e depois do silicone (Foto: Reprodução SporTV)Thaísa Osasco antes e depois do silicone
(Foto: Reprodução SporTV)
Thaísa, central do Osasco e da Seleção Brasileira, se submeteu à cirurgia em 2009 e implantou 450ml em cada seio. Apesar do medo no início, a jogadora não se arrepende.
- No começo, você fica se segurando um pouco, até por medo do corte, fica com o braço mais parado. Depois eu fui soltando e foi tranquilo. Não atrapalhou em nada - disse Thaísa, que disputará a final da Superliga Feminina contra o Rio de Janeiro.
A ex-jogadora Leila foi uma das primeiras atletas do Brasil a colocar implantes nos seios e possui próteses há mais de 10 anos. Ela só teve coragem de fazer a cirurgia depois que parou de jogar pela seleção.
- Eu tinha muito medo porque existe um tabu com relação à performance. Você fica preocupada se vai render, porque querendo ou não é um peso extra - relembrou Leila.
Segundo o médico Alan Landecker, o melhor é escolher uma prótese pequena.
- O que sugere-se é colocar a menor prótese possível, que vai dar um resultado satisfatório para a paciente, e que ela utilize durante sua atividade física algum método de contenção. Isso para evitar que as próteses se desloquem para cima e para baixo. No caso, seriam sutiãs ou tops específicos para isso - afirmou Alan.
Para Jana Pittisman, atleta dos 400 metros com barreiras, a escolha entre seios grandes e um bom resultado nas Olimpíadas de Londres foi difícil. A australiana duas vezes campeã mundial tinha colocado silicone em 2008, mas decidiu retirá-lo dois anos depois, porque acredita que os seios grandes podem diminuir sua chance de medalha de ouro nos Jogos. Na época, Jana deu a seguinte declaração à revista Woman's Day: "Sempre que disputava alguma prova, me sentia culpada por pensar que estava trocando meu país por minha vaidade. Eu adorava ter seios grandes, mas agora voltei a ficar tão plana quanto uma panqueca".
Jana Pittsman, do atletismo, após retirada das próteses de silicone (Foto: Reprodução SporTV)Jana Pittsman, do atletismo, após retirada das próteses de silicone (Foto: Reprodução SporTV)
Agora, imagine atletas das artes marciais que tem que enfrentar adversários, encarar lutas e muitas vezes receber golpes duros. Ana Maria Índia é um exemplo. Ela tem o corpo musculoso de uma lutadora de MMA, que ficou mais feminino depois das próteses. Ela só treina com homens e mesmo com o silicone recebe chutes, socos e até o peso de um lutador inteiro sobre seu corpo.
- Em objetivo de luta, ninguém mira peito. Às vezes bate porque você está fazendo um jogo de luta corporal mas não machuca. Não é uma coisa que chegue a ser contundente, ainda mais com essa carga de treino - disse Índia.
Índia pode não se incomodar com as próteses, mas o doutor Alan Landecker acredita que a luta seja um dos esportes menos recomendados para praticar tendo silicone.
Apesar de todos os possíveis problemas que a intervenção possa causar, a mudança física que o silicone provoca pode proporcionar uma grande transformação na autoestima das atletas.- No boxe, por haver mais contato, embora o tórax não seja talvez o alvo principal, eu acredito que talvez tenha mais riscos. Mas, mesmo um soco é difícil que ela tenha uma energia tão forte para romper uma prótese - disse.
- Minha vida como mulher melhorou muito. Como atleta não influencia muito, mas eu me sinto bem mais feminina hoje - afirmou Índia
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Fonte: Sportv

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